ESTAMOS FELIZES COM SUA VISITA AO NOSSO BLOG

SOMOS PROFESSORES INICIANDO NOSSAS DIVULGAÇÕES EM UM BLOG...
COMPARTILHE CONOSCO!!!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Conto








Tema Gerador: Agricultura Familiar.
Público: EJA 5ª Totalidade.
Objetivo: Propiciar aos educandos momentos de reflexão através de leituras diversas sobre o tema acima.
1º Proposta.
Agricultura camponesa.
Agricultura camponesa não é só um jeito de produzir no campo. É um modo de viver. É uma cultura própria de relação com a natureza. É uma forma diferenciada de vida comunitária.
Na agricultura camponesa o trabalho é familiar, não assalariado, não capitalista. Mas esta forma de agricultura sempre se fez, ao longo da história, em pequenas áreas de terra. Nisto se distingue da agricultura latifundiária, feita em grandes áreas e com o trabalho alheio.
A agricultura camponesa prima pela diversificação na produção. Não é monocultora. Combina produção animal e com produção vegetal e faz agricultura e criação de animais o ano todo.
A produção para autoconsumo, para o consumo familiar, tem um papel decisivo na agricultura camponesa. Junto com a posse da terra, é dos elementos fundamentais da constituição do espaço de liberdade proporcionando por esta forma de produzir alimentos e de viver.
Os laços de família são fortes componentes do modo de existir e da cultura camponesa. Alguns teóricos, como o russo Alexander Chayanov- um dos principais estudiosos da agricultura camponesa em todos os tempos – veem na produção da família camponesa e nos objetivos que ela própria se coloca, o grande motor da atividade econômica da agricultura camponesa. Por exemplo, se uma família camponesa se coloca – consciente ou inconscientemente – objetivos de vida modestos, vai organizar sua vida econômica em função disto. Já outra família camponesa pode colocar como objetivo formar filhos na Universidade e este objetivo conduzirá suas decisões na organização da produção e suas relações com o mercado.
A comunidade é um elemento central no modo de vida camponês. Destruir suas comunidades é destruí-lo por inteiro. Na comunidade há o espaço da festa, do jogo, da religiosidade, do esporte, da organização, da solução dos conflitos, das expressões culturais, das significativas, do aprendizado comum, da troca de experiências, da expressão da diversidade, da política e da gestão do poder, da celebração da vida ( aniversários) e da convivência com a morte (ritualidade dos funerais). Tudo adquire significado e todos têm importância na comunidade camponesa. Nas comunidades camponesas as individualidades têm espaço. As que contrastam com o senso comum encontram meios de existir. Os discretos são notados.
Não há anonimato na comunidade camponesa. Todos se conhecem. As relações de parentesco e vizinhança adquirem um papel determinante nas relações sociais do mundo camponês. Nisto se distingue profundamente das culturas urbanas e suas mais variadas formas de expressão.
Uma marca forte da agricultura camponesa no Brasil é a diversidade. Diversidade cultural a partir de raízes culturais diferentes e de jeitos diferentes de se relacionar com a natureza, pois em contato com mundos naturais. Os camponeses brasileiros são muitos e têm na diversidade uma de suas riquezas. Soube adaptar-se ao mundo local onde fincou o pé. Por isto que o campesinato brasileiro faz de tudo, produz de tudo, de várias formas, nos diversos biomas, nos inúmeros agroecossistemas, nas centenas de micro climas, de forma integrada, convivendo com as especificidades de cada local, vivendo com o que a natureza responde sem ser agredida e destruída em cada cantão, encosta de serra, beira de rio, fundo de pasto, várzea, topo de morros, mata adentro, sob chuva intermitente, sob geada de inverno: o melhor mapa rural do Brasil é o mapa da diversidade da presença e da produção camponesa.
A diversidade cria identidades locais e ambientais. Liga territórios, práticas sociais, ambientes e culturas. Cimenta identidades culturais que se transformam em trincheiras de resistência, de planos e utopias. Produz sujeitos políticos coletivos que lutam por direitos, por tradições, por sobrevivência e por perspectivas de futuro sem destruição de sua própria história e seus meios de vida. Levanta o desafio do diálogo, do respeito e da construção da unidade política entre várias culturas e identidades camponesas para a luta comum pelo direito á existência e pelo direito á construção do futuro.
A diversidade cultural e produtiva própria da vida camponesa é a melhor maneira de lidar com a biodiversidade. Por isto os camponeses são os melhores guardiões da mãe natureza na arte necessária de produzir alimentos para sustentar a humanidade.
Não existe agricultura camponesa em estado puro. Ela está sempre marcada por contradições e enfrentamentos para sua própria afirmação, assim como as permanentes pressões para seu desaparecimento. Vive um processo continuado de afirmação e de tentativas de varrê-la do mapa. Sua existência é sua resistência e sua luta permanente.
No momento histórico em que vivemos ela está sob pressão do mercado capitalista que a força às migrações constantes, a inserir-se no mercado internacional, a produzir monoculturas, a fornecer força de trabalho para empresas capitalistas, a endividar-se no sistema financeiro, a integrar-se com as agroindústrias, a ser complementar à produção dos latifúndios, ao consumir o pacote tecnológico das multinacionais.
Agricultura camponesa e o modo de vida camponês são, ao mesmo tempo, um patrimônio histórico da sociedade humana, um processo contraditório de construção coletiva e uma utopia de vida para uma grande parte da sociedade.
Em tempos de mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global, de crise ambiental global que ameaça de fome a população do planeta, a agricultura camponesa e suas comunidades são reservas de esperança para o futuro das civilizações humanas sobre a terra.

UM CONTO DE DOIS AGRICULTORES
Vou contar sobre dois agricultores que na minha infância eu conheci, até convivi com eles e aprendi algo com eles sobre a essência da vida.
Na minha aldeia viviam duas famílias de agricultores vizinhas, mas muito distintas uma das famílias era os Ferreira, gente muito humilde que trabalhava de Sol a Sol, outra das famílias eram os Pereira, gente que herdou muito dos familiares e que tinham gente de seu serviço, eram vaidosos e prepotentes, sempre com comparando e se valorizando pela sua quinta. Como era traquina e muito inquieta, sempre ia visitar aquelas famílias, vendo lá muita coisa que se passava, sempre brincava com os filhos dos agricultores e via como eram totalmente diferentes uns dos outros. A quinta dos Ferreiras era grande, mas pobre e sem muitos meios de máquinas, pois o dinheiro era escasso para tudo isso, a dos Pereira tinha equipamentos dos melhores e era a vaidade da aldeia.
Era a altura de tratar, lavrar, adubar e semear a terra, era altura de muito trabalho, onde os Ferreiras levantavam ainda nem clareava o dia e comiam o seu pequeno almoço ainda magro, pegando as fainas para ir para o campo. Tinham vacas e cavalos que ainda ajudavam a lavrar os campos, mas os trabalhos braçais eram muitos, para poder ter terra pronta a tempo, para a sua semeadura.
A família Pereira não tinha esses problemas, gente que contratavam fazia isso por eles e além dos seus tratores, que tornavam tudo mais fácil, tudo estava ali pronto e era uma vaidade perante os vizinhos, sempre vaidosos de sua quinta e tinham motivos, pois esta estava bem tratada e bonita.
Ora as quintas não era só adubar e semear tinham os animais e até tinham grandes fruteiras e vinhas para podar, tratar e para que dessem as melhores frutas e vinhos. Tinha pena do senhor Ferreira, não parava de Sol a Sol, contratando jornaleiros, mas coitados já eram velhinhos e o salário era muito magro, pois não podia pagar mais. Ora, era um mimo olhar para as duas quintas e ver tudo viçoso e bem tratado, era lindo ver tudo aquilo.
Todas as pessoas da aldeia e arredores gostavam de ir a quinta do senhor Ferreira, pois diziam que eram melhores os produtos lá, por vezes, ficava horas a pensar nisso e porque falariam isso. Estavam na época da colheita e era uma algazarra total para que tudo estivesse pronto. As Frutas eram da melhor qualidade, os produtos plantados que colhiam da terra eram de melhor qualidade e todo o povo falava que não existia melhor agricultor que aquele homem.
Ficando a pensar nos motivos, descobri que o senhor Pereira tinha vaidade, mas não amor pela terra, era só um bem herdado, do qual, queria mostrar a todos. No entanto, o senhor Ferreira não, este fazendo Sol ou chuva trabalhando exaustivamente e sempre agradecendo por ter terra, que tanto sacrifício a comprou, ele dava valor a cada coisa que ela lhe oferecia e sempre a tratava bem. Colava em cada dia de trabalho o seu suor e conhecimento pela terra, sabia quando ia chover, fazer Sol, quando era o momento certo palas luas, para semear dos animais e dos montes ele tratava do estrume para adubar a sua terra. Nas suas árvores de fruto ele sempre tinha um tempo para ver como elas estavam tratava delas sem produtos.
E... Sendo assim, eu aprendi algo com tudo isto, que não basta ter as coisas e dar seguimento, temos que saber dar o real valor a elas e sentir delas o maior respeito e amor.
Por isso, aprendi que nem o dinheiro compra tudo e como diz um amigo “Es aquilo que fazes e não aquilo que desejas ter”.
Autor: Betimartins.

POESIA QUE VEM DA TERRA
Senhor Deus onipotente
Ator desta natureza
Trouxe nós a este curso
Para saber a certeza
O que é agricultura orgânica
Pois nós vimos com clareza

Tivemos trabalho em grupo
Logo para iniciar
Como está o meio ambiente
E a agricultura familiar
E a relação com o meio
Como é que o homem está

Pois vimos que a natureza
Está desequilibrada
O homem envenena tudo
Usa os químicos e faz queimadas
Destrói a vida do solo
Até ele não dar mais nada
Nós destruímos a natureza
Mas vamos ficar sabendo
Que um grande desequilíbrio
Ela já está desenvolvendo
Pois ela não perdoa ninguém
Às consequências estamos vendo
Pois a agricultura orgânica
Com a sua definição
Para recuperar o planeta
É uma forma de salvação
Por preservar o meio ambiente
E nossa alimentação

Um trabalho que fizemos
Onde muitas vantagens
Onde se usa matéria orgânica
Bagaço, palha ou serragem
Com camadas de esterco
Foi o trabalho de compostagem

Outro trabalho importante
Também para a agricultura
Onde preserve o molhado
Controlando a temperatura
E se decompor junto com a terra
Quando fizemos a cobertura

Depois assistimos a um vídeo
Foi o que mais me tocou
Ato de solidariedade
Que este homem praticou
Onde libertou a comunidade
De terreno que ele doou
Outro trabalho que fizemos
Que é importante de mais
Onde funciona bem
E tem ação eficaz
Onde a maioria já temos em casa
Foram os remédios naturais

Outro trabalho que fizemos
Que ele também se garante
Onde a adubação e praga e doença
Ele é muito importante
Pois alimenta a vida no solo
É o bio fertilizante

Outra coisa importantíssima
Que é preciso nós tá atento
Que para as nossas atividades
Precisa um planejamento
Pois para nós ter mercado
Tem que ter escalonamento

Termino pedindo fé
Entusiasmo e perseverança
Agradecendo seu Ermínio
Com sua liderança
E agradecendo de coração
O assentamento Boa Esperança
Está poesia foi escrita pelo agricultor Josué Paula Vieira da comunidade de Burité Grande. Como forma de avaliação de um curso que foi promovido pelo Projeto(PROCAF).


Algumas imagens sobre a compostagem.

Um comentário:

  1. Caros alunos,
    Parabéns pela postagem de um material rico e muito pertinente à realidade social que vocês atuam como professores.
    Bem... mãos à obra, pois a atividade denota a grande possibilidade de formação de leitores de um mundo que se abre àqueles que conseguem refletir sobre ele.
    Um grande abraço,
    Maria Cristina

    ResponderExcluir